domingo, janeiro 03, 2010

Ano novo, vida nova.



Ano novo. Todas as situações são novas. Tudo pode parecer o mesmo, mas nada é igual. A vida segue o seu curso como um rio que não para. O mais interessante é como percebemos tudo isso. A minha visão da vida; A minha impressão da vida; A minha leitura; a imagem que faço deste mundo. Sei que esta percepção da vida tenta ser a mais fiel possível, mas a complexidade da realidade exige muito de um ser em fase de aprendizagem e por muitas vezes entendo que esta percepção não sai tão fiel e assim tenho uma tradução equivocada de algumas situações. Percebo esta possibilidade de falha mas alegro-me em compreender que desta forma e por isso mesmo sou livre. Livre para tomar as minhas decisões, livre para traçar o meu caminho, livre para seguir meu rumo. A problemática mais refletida na busca de seu entendimento pelo ser humano é a questão da felicidade e do sofrimento. Talvez eu discorra em outro blog sobre ela, mas gosto de sempre buscar a função das coisas nas nossas vidas. Toquei neste ponto porque nesta seqüência de um caminho percorrido deparo-me como momentos de felicidade e momentos de dor, sofrimento. E natural me parecer ser que nos momentos de felicidade eu os viva intensamente sem fazer questionamento algum, já que penso ser a felicidade o "default" da vida. Porém nos momentos de dor a tendência do ser é a negação desta. Ninguém quer sofrer, ninguém quer sentir dor, todos buscamos a felicidade e o prazer, não querendo aqui fazer parecer que uma é o oposto da outra. Vem-me então a busca do entendimento da dor e do sofrimento. Passo a refletir e me vem um pensamento, um questionamento: Porque buscamos fugir de algo que apenas reflete uma causa. Não seria esta dor simplesmente um sintoma de alguma coisa que não anda bem? Por exemplo: a dor de um ente que se foi. Há outra alternativa senão simplesmente vivenciá-la em toda a sua plenitude e intensidade? Não seria desta forma uma causa transcendente e necessária para se elaborar algo que se traduz pela perda, sentimento de falta, saudade? Mas são complexas demais as tão diversas causas pelas quais sofremos e cada uma delas poderemos buscar um entendimento de como a vida as leva. A nossa tão torpe percepção e leitura das situações podem causar este sofrimento então. Então é necessário que tomemos distâncias de nós mesmos, de nossos movimentos, para que possamos ver com mais amplitude as tramas pelas quais nos envolvemos. Muitas vezes, ingenuamente podemos estar causando o nosso próprio sentimento. Ora, Sérgio, agora você descobriu a roda: Não parece óbvio e já aceito que muitas vezes somos os causadores de nossa dor? Pode sim parecer óbvio, mas isso não é o que verdadeiramente entendemos emocionalmente. (depois continuo)

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