quinta-feira, janeiro 07, 2010

Caminhos da vida




Vitalidade: ímpeto vital, movimento, impulso, alegria de viver, libertar-se, voar.
Sexualidade: pro-criar-se, prazer, deleite, Imersão dionisíaca.
Criatividade: exploração, criação, expressão, re-criação, busca, descobertas.
Afetividade: União, contato, relação, amor.
Transcendência: Transposição do ego, fusão com o outro, o ambiente, religar-se à totalidade.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Viver plenamente


 

Como falar da compreensão que venho formando da vida? Posso então dizer que sou um existencialista? Ainda existe isso? Ou o que penso não se enquadra dentro desta definição?

Como caminhamos com as nossas dores! Respiramos os nossos medos, mas também os nossos desejos, prazeres. Na verdade penso que não há nada de errado como os nossos prazeres, mas o que nos faz sofrer é o apego a eles. Não há nada de errado com os nossos medos, mas o envolvimento e o cabimento que damos a eles. Não há nada de errado com as nossas dores, mas a não aceitação, a inquietude, a lástima por senti-la. Durante a vida vamos fazendo e criando as nossas concepções sobre tudo o que passamos. Estamos sempre julgando, valorizando (imprimindo um valor) às coisas. Neste processo formamos aquilo que é bom ou ruim para nós e percebam que tudo isso vem com cargas de emoções e sentimentos que variam de intensidade, forma e qualidade. Há muito de real valor que pode nos trazer uma plenitude e felicidade. E estas coisas são coisas pelas quais procuramos, mas não percebemos que são por elas que a busca é feita. Desviamos o foco do nosso objetivo para coisas que inicialmente seriam simplesmente o meio para atingi-las. Assim se verdadeiramente buscamos estar bem com as pessoas que nos rodeiam, amá-las e ser amado, respeitá-las e ser reconhecido, ao invés disso nos perdemos em desejar e buscar um artifício que inicialmente seria um meio para atingir este objetivo. Por exemplo: às vezes trabalhamos tanto que comprometemos a nossa saúde, o nosso bem estar com a família, etc. O trabalho é o meio e não o fim, mas muitos de nós estamos fazendo o contrário. Assim acontece com outras questões de nossas vidas. O belo é uma forma de buscar mais qualidade às nossas vidas, seria um meio se não transformássemos isso num fim, quando neuroticamente sofremos para manter um corpo magro. Certamente que vivemos de forma tão complexa que o nosso cérebro aprendeu a julgar algumas situações devidas e desenvolver uma forma de reagir a estes momentos de forma automática. Desta forma vivemos demais ligados no que eu metaforicamente chamaria de "piloto automático". Este piloto automático que inicialmente seria uma forma de facilitar a vida vem nos escravizando, nos tornando zumbis, e vivemos anestesiados pelos ciclos viciosos dos comportamentos reagentes. Vivemos então reagindo com automaticidade ao cotidiano. A pergunta é há possibilidade de vivermos plenamente a vida?


 


 


 

domingo, janeiro 03, 2010

Ano novo, vida nova.



Ano novo. Todas as situações são novas. Tudo pode parecer o mesmo, mas nada é igual. A vida segue o seu curso como um rio que não para. O mais interessante é como percebemos tudo isso. A minha visão da vida; A minha impressão da vida; A minha leitura; a imagem que faço deste mundo. Sei que esta percepção da vida tenta ser a mais fiel possível, mas a complexidade da realidade exige muito de um ser em fase de aprendizagem e por muitas vezes entendo que esta percepção não sai tão fiel e assim tenho uma tradução equivocada de algumas situações. Percebo esta possibilidade de falha mas alegro-me em compreender que desta forma e por isso mesmo sou livre. Livre para tomar as minhas decisões, livre para traçar o meu caminho, livre para seguir meu rumo. A problemática mais refletida na busca de seu entendimento pelo ser humano é a questão da felicidade e do sofrimento. Talvez eu discorra em outro blog sobre ela, mas gosto de sempre buscar a função das coisas nas nossas vidas. Toquei neste ponto porque nesta seqüência de um caminho percorrido deparo-me como momentos de felicidade e momentos de dor, sofrimento. E natural me parecer ser que nos momentos de felicidade eu os viva intensamente sem fazer questionamento algum, já que penso ser a felicidade o "default" da vida. Porém nos momentos de dor a tendência do ser é a negação desta. Ninguém quer sofrer, ninguém quer sentir dor, todos buscamos a felicidade e o prazer, não querendo aqui fazer parecer que uma é o oposto da outra. Vem-me então a busca do entendimento da dor e do sofrimento. Passo a refletir e me vem um pensamento, um questionamento: Porque buscamos fugir de algo que apenas reflete uma causa. Não seria esta dor simplesmente um sintoma de alguma coisa que não anda bem? Por exemplo: a dor de um ente que se foi. Há outra alternativa senão simplesmente vivenciá-la em toda a sua plenitude e intensidade? Não seria desta forma uma causa transcendente e necessária para se elaborar algo que se traduz pela perda, sentimento de falta, saudade? Mas são complexas demais as tão diversas causas pelas quais sofremos e cada uma delas poderemos buscar um entendimento de como a vida as leva. A nossa tão torpe percepção e leitura das situações podem causar este sofrimento então. Então é necessário que tomemos distâncias de nós mesmos, de nossos movimentos, para que possamos ver com mais amplitude as tramas pelas quais nos envolvemos. Muitas vezes, ingenuamente podemos estar causando o nosso próprio sentimento. Ora, Sérgio, agora você descobriu a roda: Não parece óbvio e já aceito que muitas vezes somos os causadores de nossa dor? Pode sim parecer óbvio, mas isso não é o que verdadeiramente entendemos emocionalmente. (depois continuo)